Calendario dos Rituais

Se nós necessitarmos dar uma definição da Tradição dos Druidas, o mais simples seria dizer que nossa Tradição consiste em um Ensinamento e uma Prática para realizar Awen.

O que é Awen ?

Awen é o primeiro aspecto  do Ser Divino, o Nous dos gregos, o Ain-Soph Judaico, uma inspiração.
Tudo procede de Awen.
Awen consiste na realização do Ser Cósmico.
Awen não é uma aquisição, mas um processo de realização.
Awen é o processo de realização da Inteligência Primitiva, de seu estado incriado ao seu Estado criado ;
Esta realização se obtem em quatro etapas :

  • A Criação das Idéias ;
  • A Formação ;
  • O Desenvolvimento ;
  • E a Realização propriamente dita.

Para compreender o processo de realização de Awen, nós iremos utilizar o simbolismo do Ano Litúrgico.

O ano compreende doze meses. Estes doze meses representam as doze etapas da involução / evolução do Ser Cósmico.

Durante o Ano Litúrgico, o Ser Cósmico é simbolizado pelo grão que é semeado, e que percorre todo o ciclo das semeadura à colheita, até novas semeaduras.

O ano possui quatro estações. As quatro estações vão representar o vir a ser do grão :

  •  No outono, é semeadura ;
  •  Durante o inverno, é a germinação ;
  •  Na primavera, é a floração ;
  •  Durante o verão, é a colheita.

A realização humana - que foi chamada « o estado total da Humanidade » - é situada no fim da floração, representada pelo solstício do verão. É  por isso que nas lendas, a realização humana é chamada «  o Mundo de verão ». Esta realização é também simbolizada pela cornucópia.

Vejamos em que consistem as quatro estações ou os quatro estados da involução / evolução de Awen.

Involução :

  •  As sementes simbolizam a Criação das Idéias de Awen ;
  •  A germinação simboliza a formação de Awen.

Evolução :

  •  A floração simboliza o desenvolvimento de Awen ;
  •  A colheita simboliza a realização de Awen.

Comprendamos bem estes quatro estados de involução e evolução de Awen.

  • O primeiro estado é a Criação das Idéias de Awen, que corresponde à Queda no Abismo (Anwin), e que consiste na travessia dos Reinos Elementais.
  •  O segundo estado corresponde à formação de Awen (em Abred), que consiste na travessia dos ciclos da Fatalidade através dos Reinos Infra - Humanos. (Reinos Mineral, Vegetal e Animal).
  •  O terceiro estado corresponde ao desenvolvimento de Awen (em Abred), que consiste na travessia dos ciclos da Necessidade através do Reino Humano.
  •  O quarto estado corresponde à realização de Awen (Gwenved), que consiste na travessia dos ciclos da Felicidade através dos Reinos Supra - Humanos.

 

A palavra Awen, deve ser compreendida como a Criação das Idéias , formação, desenvolvimento e realisação de um centro ativo da Vida Divina.

As oito Festas do Ano Litúrgico simbolisam os oito estados de involução / evolução do centro ativo da Vida Divina. 

Estas festas são conhecidas sob os nomes seguintes :

  •  Saman ;
  •  Alban Arthuan, a Luz de Arthur ;
  •  Imbolc ;
  •  Alban Eilir, a Luz da Terra ;
  •  Beltêne ;
  •  Alban Heruin, a Luz da Margem ;
  •  Lugnasad ;
  •  Alban Elved, a Luz da Água.

 

As Festas correspondentes aos solstícios e aos equinócios pertencem ao novo ciclo de manifestação da Tradição dos Druidas e possuem uma relação direta com o desenvolvimento de Awen.

Os oito estados de involução / evolução do centro ativo da Vida Divina são também chamadas « fogos » ou « luzes », e às vezes em outras tradições « lamparina ».

Vejamos então, os quatro fogos ou luzes  correspondentes à aquisição do ciclo de manifestação que havia antes de nossa Tradição :

  • A Saman corresponde a fagulha de luz dentro da noite ;
  • A Imbolc corresponde o raio da luz dentro da noite ;
  • A Beltêne corresponde a luz que ganha sobre a noite ;
  • A Lugnasad corresponde a vitória da luz sobre a noite.

    O ciclo que havia antes da manifestação de nossa Tradição nos deu como aquisição do caminho da fagulha à vitória da luz, ou da fagulha Divina ao Grande Fogo ou à Grande Luz da Vida Divina.

    Vejamos agora a relação entre as Festas e o vir a ser atual da Tradição Druídica.

    Nossa Humanidade no presente momento já desenvolveu as qualidades mentais necessárias à compreensão do ensinamento – complementar – ao ensinamento precedente sobre a Luz.

    A Luz simboliza a Existência ou o Espírito.

    Mas a Luz só passa a existir quando de sua relação com a Substância, ou a Matéria.

    Este ensinamento nos instrue sobre o papel da Substância (a Noite) na evolução da Existência (a Luz).

    Durante a Queda, o Ser humano não existe ainda. Ele é uma potentialidade - uma idéia no Pensamento do Pai / Céu, recebida no Seio da Mãe / Terra.

    A Luz de Arthur preside à formação de Awen fornecendo - lhe as bases de seus futuros veículos de consciência.

    Durante a travessia do Reino Mineral (Anwn(Anuin), primeiro círculo da Fatalidade), Awen formará a base de um veículo de consciência física.

    Durante a travessia do Reino vegetal (Gobren, o segundo círculo da Fatalidade, correspondente ao segundo reino físico, a unidade de consciência anima agora uma alma dita sensitiva), Awen adquire a consciência sensitiva que formará a base de um veículo de consciência emocional.

    Durante a travessia do Reino Animal (Kenmil, o terceiro círculo da Fatalidade, correspondente ao terceiro reino físico, o reino animal, a unidade de consciência  anima então uma alma dita intelectiva), Awen adquire a consciência intelectiva que formará a base de um veículo de consciência mental.

    Estes três círculos constituem o mundo ou círculo principal de ANK (a Fatalidade).

    Quando da destruição de sua forma material, quando da dissolução dos quatro elementos que a constituem (Kalas, Gwyar, Fun, Uvel, ou sejam a Terra, a Água, o Ar e o Fogo, quatro elementos, a alma, de que tipo seja,  constitutiva, vegetativa, sensitiva, racional, passa por um plano ou « círculo » exterior à ANK (o Mundo aparente), e que nossa Tradição chama ANKOU, a Morte, círculo de renovação.

     A Luz da Terra preside o desenvolvimento de Awen. A Terra representa aqui a  Substância enquanto Experiencia Cósmica. A conclusão dos ciclos precedentes irá servir de base para o desenvolvimento das faculdades do novo ciclo evolutivo.

      A consciência constitutiva se desenvolve em faculdade de ação por meio do veículo físico.

     A consciência sensitiva se desenvolve em faculdade de ser sensível por meio do veículo emocional.

     A consciência intellectiva se desenvolve em faculdade de pensamento por meio do veículo mental.

     A Luz da Margem (Alban Heruin) preside à realização de Awen. A Margem representa a percepção do objetivo da evolução cíclica e a realização do estado total da Humanidade. O pensamento se desenvolve em Conhecimento que revela a Inteligência Cósmica em Awen. A faculdade de ser sensível se desenvolve em Sabedoria que desperta o Amor Universal em Awen. A ação se desenvolve em Vontade espiritual que desperta a Potência Divina em  Awen.

     A Luz da Água (Alban Elved) preside o retorno ao Oceano Cósmico por Samain. Awen prepara uma nova involução / evolução como centro ativo da Vida Divina participante conscientemente deste Caminho como  Intelligência Cósmica, Amor Universal e Potência Divina.

     Em Samain, a Fagulha se torna a Grande Luz.

    O ensinamento do ciclo de evolução precedente de nossa Tradição, symbolizado pelo ano e suas quatro estações torna-se neste ciclo atual um ensinamento de ordem cósmica. Este ensinamento não era possível durante o ciclo precedente - salvo para os Iniciados - porque a Humanidade não havia ainda desenvolvido as qualidades mentais necessárias (Mental Superior). Nosso modo de pensar mudou – ou pelo menos está para mudar. Nós deveremos ter deixado o pensamento repetitivo (Mental Inferior) do modo de pensar coletivo para o pensamento reflexivo do modo de pensar individual (Mental Superior). A unidade de consciência torna-se então capaz de comprender o sentido da evolução e de tomar conta ela mesma de sua própria evolução. É lá que está o sentido essencial da Busca.

     O Ciclo Humano se situa entre os ciclos da Fatalidade e os ciclos da Felicidade.

    O Ciclo Humano se divide em quatro estados que nós chamamos : A Errante, a Guiante, a Aceitação(a Busca ou Iniciação), e a Sabedoria (entrada no Reino).

    Durante a Errante (ateísta) a unidade de consciência está submetida à Fatalidade. Ela não compreende o sentido da evolução.

    Durante a Guiante (religioso) a unidade de consciência está submetida au primeiro ciclo da Necessidade, ela apenas entrevê o sentido da evolução.

    É por isso que as  Tríades nos dizem (na Tríade 20) que é necessário  « transgredir a régra e  se libertar da Fatalidade » se nós quisermos nos tornar mestres de nosso destino.

    Durante a Busca ( Aceitação ou Iniciação) a unidade de cosnciência está engajada no segundo ciclo da Necessidade, mas ja trabalha pela( Sabedoria)  sua entrada no Reino.

    Este estado da Sabedoria é destinado às unidades de Consciência engajadas no terceiro ciclo da Necessidade(o Reino). Isto se traduz por um acesso a Inteligência Cósmica e uma participação consciente à Vida Universal através da lei da Cooperação Cósmica.

     Durante a Busca (os Aceitantes), nós somos ao mesmo tempo puxados para trás pela Fatalidade constituída por nosso passado evolutivo, e para a frente pela Felicidade constituída por nosso vir a ser evolutivo. É um período difícil de dúvidas e esperanças. É este estado evolutivo que atravessamos, e é por esta razão que escolhemos o caminho de Imram, porque nós sabemos que isto é Necessário.

    O objetivo do ciclo atual de nossa Tradição é de nos ajudar e nos guiar na travessia deste estado de nossa evolução.

     Durante a Busca nós aprendemos o sentido do processo evolutivo e nós podemos decidir acelerar este processo engajando-nos no Caminho Iniciático.

    A Iniciação consiste em uma ativação de nossas potencialidades que a nós competirá desenvolver.

     Os Ciclos da necessidade correspondem ao desenvolvimento de Awen. Este desenvolvimento se faz pelo intermédio da Luz da Terra, a Substância deste sistema de manifestação.

    Os ciclos da Necessidade compreendem três estados:

     

    • A Guiante, submetida  à Fatalidade mas já entrevendo A Necessidade.
    • A Aceitação (a Busca), trabalhando no ciclo da Necessidade.
    • O Sábio, vivendo no ciclo da Necessidade, mas entrevendo a Felicidade.

     

    Nós que estamos no rota da Busca(a Aceitação).

    A Busca compreende igualmente três estados:

     

    •  A descoberta de Awen ou a Conversão ;
    •  A escolha de Awen, ou a Transformação ;
    • O engagemento em direção de Awen ou a Realização.

    Datas dos Rituais para o Hemisfério Sul

    Sabbat
    (ritual)

    As oito datas Festivas

    Data

    Samhain

    Fim e Início de um Novo Ano

    30 de Abril

    Alban Artuan ou La Modra  Nech

    Solstício de Inverno

    21 de Junho

    Imbolc

    Festa do Fogo (Luz, Sol) – Noite de Brigit

    1º de Agosto

    Equinócio de Primavera

    Ostara ou Spring – Festa da Fertilidade

    21 de Setembro

    Beltane

    A Fogueira de Belenos - Beltane

    1º de Novembro

    Solstício de Verão

    Solstício de Verão

    21 de Dezembro

    Lughnasadh

    Festa da Colheita

    1º de Fevereiro

    Mabon

    Equinócio de Outono

    21 de Março

    Datas dos Rituais para o Hemisfério Norte

    Sabbat
    (ritual)

    As oito datas Festivas

    Data

    Samhain

    Fim e Início de um Novo Ano

    31 de Outubro

    Alban Artuan ou La Modra  Nech

    Solstício de Inverno

    21 de Dezembro

    Imbolc

    Festa do Fogo (Luz, Sol) – Noite de Brigit

    1º de Fevereiro

    Equinócio de Primavera

    Ostara ou Spring – Festa da Fertilidade

    21 de Março

    Beltane

    A Fogueira de Belenos - Beltane

    1º de Maio

    Solstício de Verão

    Solstício de Verão

    21 de Junho

    Lughnasadh

    Festa da Colheita

    1º de Agosto

    Mabon

    Equinócio de Outono

    21 de Setembro